HAIA, Holanda – A agência global de vigilância de armas químicas abriu uma reunião de emergência na quinta-feira para discutir a situação na Síria devido às preocupações sobre o estoque de produtos químicos tóxicos do país após a derrubada do regime Presidente Bashar Assad.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas disse à Síria na segunda-feira o país tem a obrigação de cumprir regras para salvaguardar e destruir substâncias perigosas, como o gás cloro, depois de os rebeldes terem entrado na capital, Damasco, no fim de semana.
Regime de Assad negou uso de armas químicas mas a OPAQ encontrou provas que indicam a sua utilização repetida pela Síria na opressiva guerra civil. No início deste ano, a organização encontrou o grupo Estado Islâmico havia usado gás mostarda contra a cidade de Marea.
Num movimento raro, o conselho executivo da OPAQ convocou a reunião, esperando que, sob um novo governo, alguns dos seus 80 inspetores possam ser autorizados a prosseguir investigações sobre o programa de armas químicas da Síria.
Membros do governo sírio deposto planeiam gradualmente transferir energia a um novo gabinete de transição liderado por Mohammed al-Bashir, que alegadamente chefiou o “governo de salvação” da aliança rebelde no seu reduto no sudoeste da Síria.
A última vez que a OPAQ convocou uma reunião extraordinária foi em 2018, em resposta ao ataque químico a Douma, uma cidade perto de Damasco, quando cerca de 40 pessoas foram mortas por gás venenoso. No ano passado, o órgão de vigilância descobriu que as Forças Armadas Sírias lançaram latas de gás cloro durante uma grande operação militar.
A Síria aderiu à OPAQ em 2013 para afastar a ameaça de ataques aéreos em resposta a um ataque químico nos arredores de Damasco.
Os 193 Estados-membros da OPAQ são obrigados a divulgar os seus programas de armas químicas e a desmantelá-los. A organização, criada em 1997 pela Convenção sobre Armas Químicas, procura eliminar todas as armas químicas. Em 2013, foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz pelo seu trabalho.