Nova Delhi: A doença inflamatória intestinal (DII) é uma condição crônica caracterizada por inflamação recorrente do trato gastrointestinal. A ETHealthworld pretende trazer clareza e soluções práticas para os desafios enfrentados pelos pacientes, ao mesmo tempo que explora estratégias de tratamento, todas destinadas a melhorar a qualidade de vida dos indivíduos que vivem com DII. O primeiro episódio “Viver com DII e escolher o tratamento certo” da série “Navegando pela vida com doença inflamatória intestinal” reuniu os principais especialistas em gastroenterologia para uma discussão envolvente sobre o manejo da DII.
Os estimados painelistas incluíam o Dr. Sumit Bhatia, Consultor Sênior Gastroenterologista, Hospital Paras, Gurgaon; Dr. Praveen Sharma, Consultor Sênior Gastroenterologista, Hospital Sir Ganga Ram, Nova Delhi; Ramesh Garg, Consultor Sênior Gastroenterologista, Jaipur Golden Hospital, Nova Delhi e Dr. Vibhas Mittal Consultor Sênior Gastroenterologista, Max Hospital, Patparganj, Nova Delhi — exploraram as nuances de viver com DII, oferecendo insights sobre ajustes dietéticos, estratégias médicas e sistemas de apoio.
Dr. Sumit Bhatia começou explicando o papel da dieta no tratamento da DII. “A DII se desenvolve devido à disbiose – uma perturbação da flora intestinal – desencadeada por fatores ambientais, incluindo a dieta”, disse ele. Ele enfatizou a minimização de alimentos refinados, itens processados e aditivos como emulsionantes e agentes antiaglomerantes, que podem exacerbar a inflamação intestinal. Optar por alimentos naturais e menos processados pode ajudar a reduzir os sintomas.
Abordando a distinção entre alergias e intolerâncias alimentares, o Dr. Praveen Sharma esclareceu: “As alergias alimentares são reações imunomediadas, enquanto as intolerâncias, como a intolerância à lactose, resultam de deficiências enzimáticas”. Ele aconselhou os pacientes a identificar e evitar alimentos que desencadeiam sintomas, como o leite em casos de intolerância à lactose, ao mesmo tempo que incorporam alternativas toleráveis, como o iogurte.
Ramesh Garg introduziu a dieta Low FODMAP, que limita os carboidratos fermentáveis, como oligossacarídeos e polióis, para aliviar a inflamação intestinal e melhorar os sintomas. “Evitar esses alimentos reduz os sintomas e aborda o mecanismo de inflamação”, disse ele.
As deficiências nutricionais são comuns em pacientes com DII, observou o Dr. Vibhu. “Sintomas como dor, diarreia e falta de apetite levam à má absorção de nutrientes, causando deficiências de ferro, cálcio, vitamina B12 e vitamina D.” Ele recomendou monitoramento regular por meio de exames de sangue e incorporação de alimentos fortificados ou suplementos para combater a desnutrição e a perda de energia durante crises ativas.
Dr. Garg destacou o valor dos nutricionistas especializados no manejo da DII. “Um nutricionista registrado pode criar planos personalizados adaptados aos sintomas e preferências do paciente, ao mesmo tempo que aborda deficiências e sarcopenia”, disse ele. Ele enfatizou a importância do monitoramento regular para avaliar o estado nutricional e ajustar os planos em conformidade.
Quando questionado sobre tratamentos complementares, o Dr. Praveen Sharma descreveu o papel dos medicamentos indutores e de manutenção da remissão. “Os medicamentos de indução controlam os sintomas agudos, enquanto os medicamentos de manutenção ajudam a manter a remissão”, disse ele, sublinhando a necessidade de uma forte relação médico-paciente para navegar eficazmente nestas fases do tratamento.
Embora os antidiarreicos possam melhorar a hidratação e reduzir a frequência das fezes, o Dr. Sharma recomendou cautela. “Em crises agudas, estes medicamentos podem complicar a situação, mascarando os sintomas sem abordar a inflamação subjacente.” Da mesma forma, o Dr. Garg alertou contra o uso de AINEs para alívio da dor em pacientes com DII, pois eles podem piorar a inflamação e causar complicações. Ele recomendou alternativas mais seguras como paracetamol ou antiespasmódico.
Dr. Vibhu também esclareceu a importância do controle da anemia na DII. “A deficiência de ferro leva à fadiga e à falta de ar, mas a suplementação adequada pode melhorar os níveis de hemoglobina e melhorar o bem-estar”, explicou, defendendo uma intervenção precoce para gerir esta complicação comum.
A discussão foi concluída com foco nos sistemas de apoio. O Dr. Bhatia destacou o papel dos grupos centrados nos pacientes, como a South Asian IBD Alliance, na educação dos pacientes, na dissipação de mitos e no combate ao estigma. Este webinar esclarecedor ofereceu um guia abrangente para o gerenciamento da DII, capacitando pacientes e cuidadores com insights práticos para uma melhor qualidade de vida.
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