Os recentes desenvolvimentos legais e regulamentares demonstram os esforços da FTC para travar os complementos enganosos no processo de compra de automóveis. Quão difundido tem sido o problema em três concessionárias do Texas de propriedade do Asbury Automotive Group? De acordo com uma reclamação da FTC, dos consumidores que foram cobrados por pelo menos um complemento no McDavid Ford Ft de Asbury. Worth, McDavid Honda Frisco e McDavid Honda Irving, um estudo mostra que entre 58% e 75% deles foram cobrados por pelo menos um complemento que não concordaram em comprar ou foram falsamente informados de que era uma compra obrigatória. Esses complementos indesejados, alega a denúncia, podem custar aos consumidores centenas ou até milhares de dólares por transação. Além do mais, a FTC afirma que os entrevistados discriminaram os consumidores negros e latinos, cobrando-lhes mais por esses complementos do que outros consumidores.
A reclamação, que nomeia o Asbury Automotive Group, as três concessionárias da área de Dallas e o gerente geral Ali Benli, descreve as práticas de vendas que a FTC alega violarem a Lei FTC e a Lei de Oportunidades Iguais de Crédito. De acordo com o processo, os réus acrescentaram uma série de complementos não autorizados – por exemplo, cobranças por revestimentos químicos, planos de manutenção, garantias estendidas e proteção contra amolgadelas – ao preço de compra dos veículos. A FTC afirma que, em muitos casos, os entrevistados simplesmente passam furtivamente os complementos pelos compradores sem o seu consentimento.
Você vai querer ler a reclamação para obter detalhes, mas a FTC chama atenção especial para uma prática supostamente infligida a compradores desavisados de carros, chamada “pacote de pagamento”. Veja como funciona:
“Uma tática usada pelos entrevistados é fazer com que o consumidor concorde com um pagamento mensal que exceda o que ele precisa pagar nos termos do contrato para comprar um veículo e, em seguida, ‘embalar’ o contrato de venda com encargos adicionais para compensar a diferença. Por exemplo, um vendedor pode afirmar que um consumidor se qualifica para financiamento com um pagamento mensal de US$ 400, quando o pagamento mensal do veículo sob o contrato é na verdade de US$ 350. O vendedor então inclui, ou ‘embala’, o contrato com complementos para compensar parte ou toda a diferença entre os dois pagamentos mensais, de modo que pareça que o consumidor está recebendo um pagamento mensal semelhante ou menor.”
A denúncia também cita o exemplo de um consumidor que teria mostrado em um aparelho eletrônico apenas os locais do contrato de venda que ele precisava assinar. Só três semanas depois ele soube que o gerente financeiro havia adicionado um pacote de manutenção de US$ 1.750 e um pacote de substituição de chaves de US$ 609 sem o seu consentimento. Outros consumidores alegam que os vendedores alteraram os termos dos seus empréstimos de 72 para 84 meses, mascarando encargos adicionais ocultos e até aumentos no preço de venda.
De acordo com a FTC, em outros casos, os entrevistados representaram falsamente complementos opcionais como compras obrigatórias. Como alega a denúncia, um vendedor disse a um consumidor que, para financiar a compra de um caminhão, “ele teve que adquirir um pacote de complementos – incluindo plano de manutenção, proteção química e garantia, pára-brisa, garantia estendida do veículo e chave serviço de substituição” – complementos que somaram mais de US$ 9.500.
Episódios isolados? Não, diz a FTC. De acordo com a denúncia, a má conduta foi generalizada: “De acordo com as políticas estabelecidas pela Asbury, os funcionários recebem remuneração adicional por encargos adicionais, incluindo bônus que os gerentes ganham quando uma determinada porcentagem das vendas do revendedor inclui um complemento”.
A FTC também alega que os réus violaram a Lei de Igualdade de Oportunidades de Crédito nas suas práticas de financiamento, discriminando os candidatos negros e latinos e impondo-lhes custos mais elevados do que os candidatos brancos não latinos em situação semelhante. De acordo com a denúncia:
- O McDavid Fort Worth cobra dos consumidores latinos, em média, aproximadamente US$ 169 a mais pelos mesmos complementos do que os consumidores brancos não latinos.
- McDavid Honda Frisco cobra dos consumidores negros, em média, US$ 298 a mais pelos mesmos complementos, e cobra dos consumidores latinos, em média, US$ 214 a mais pelos mesmos complementos, do que os consumidores brancos não latinos.
- McDavid Honda Irving cobra dos consumidores negros, em média, US$ 268 a mais pelos mesmos complementos, e cobra dos consumidores latinos, em média, US$ 217 a mais pelos mesmos complementos, do que os consumidores brancos não latinos.
A FTC afirma que estas disparidades “são estatisticamente significativas mesmo quando se consideram outros factores que podem afectar o custo dos complementos” e que “(não) existem razões legítimas e não discriminatórias para os Requeridos cobrarem preços mais elevados pelos mesmos ou semelhantes complementos”. para consumidores negros e latinos do que para consumidores brancos não latinos em situação semelhante.
A denúncia alega que os entrevistados incluíram cobranças em contratos de vendas que os consumidores não autorizaram, fizeram declarações falsas sobre complementos, cobraram dos consumidores sem o seu consentimento expresso e informado e violaram a Lei de Oportunidades Iguais de Crédito. O assunto está pendente perante um Juiz de Direito Administrativo.
Mesmo nesta fase inicial, o caso demonstra o compromisso da FTC em proteger os compradores de automóveis de pagarem por complementos que não queriam, em desafiar outras condutas enganosas e injustas no processo de compra de automóveis e em lutar contra práticas de financiamento discriminatórias.