AVIGNON, França – Centenas de pessoas reuniram-se no sábado na cidade de Avignon, no sul de França, antes do veredicto, num julgamento em que dezenas de homens são acusados de estuprar Gisèle Pelicot enquanto ela era drogada e deixada inconsciente pelo marido.

Espera-se que o tribunal entregue seus veredictos até 20 de dezembro no julgamento de 51 réus. No mês passado, os promotores solicitaram ao painel de juízes a pena máxima possível por estupro agravado – 20 anos – contra o agora ex-marido da vítima, Dominique Pelicot, 72 anos.

Gisèle Pelicot, 71 anos, tornou-se um ícone para quem luta contra a violência sexual. Ela testemunhou durante o processo sobre os acontecimentos angustiantes, que despertaram a atenção pública generalizada.

Fora do tribunal, os manifestantes seguravam cartazes com mensagens como “Vítimas, acreditamos em vocês, estupradores, vemos vocês” e “A vergonha muda de lado”.

Uma grande faixa exposta numa parede dizia: “Estupro não tem nacionalidade”. Em outros lugares, ativistas postaram notas com “Palavras gentis para Gisèle” em uma cerca.

A ativista Marine Thebaud, membro da associação de Planejamento Familiar, disse: “Esperamos que a justiça esteja à altura dos atos cometidos contra Gisèle, que a impunidade acabe e que as pessoas sejam punidas. Estamos aqui para mostrar apoio a todas as vítimas da violência patriarcal.”

Alain Souberan disse que se juntou ao encontro porque a sua parceira “é uma feminista convicta que canta no coro feminista de Avignon”.

“Pessoalmente, apoio muito esse movimento. Acho que os homens também têm seu lugar como apoiadores”, afirmou.

O julgamento, que começou em Setembro, chamou a atenção fora de França, com a coragem de Pelicot em enfrentar os seus acusadores transformando-a num símbolo para as vítimas de violência sexual.

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