PRISTINA, Kosovo – A autoridade eleitoral do Kosovo proibiu na segunda-feira o principal partido étnico sérvio de competir nas próximas eleições parlamentares, justificando a medida apontando para a sua posição nacionalista e laços estreitos com a Sérvia.
A Comissão Eleitoral Central recusou-se a certificar o principal partido étnico sérvio do Kosovo, o Srpska Lista, ou Lista Sérvia.
Alguns membros da comissão mencionaram como o líder da Srpska Lisa, Zlatan Elek, nunca se referiu ao Kosovo como uma república independente, mas sim como “Kosovo i Metohija”, significando a província autónoma da Sérvia do Kosovo, como Belgrado lhe chama.
Os funcionários da comissão também afirmaram que o partido sérvio mantém laços estreitos com o presidente sérvio Aleksandar Vučić e outros líderes sérvios que também se recusam a reconhecer a independência do Kosovo.
Não houve reação imediata da Srpska Lista.
A medida poderá agravar ainda mais o já laços tensos entre o Kosovo e a Sérvia, apesar dos esforços da comunidade internacional para normalizá-los.
Kosovo realiza eleições parlamentares em 9 de fevereiro, que deverão ser um teste fundamental para o primeiro-ministro Albin Kurticujo partido do governo venceu de forma esmagadora em 2021.
O Kosovo era uma província sérvia até ao fim da campanha de bombardeamentos de 78 dias da NATO em 1999. uma guerra entre as forças do governo sérvio e os separatistas de etnia albanesa no Kosovo, que deixou cerca de 11.400 mortos, principalmente de etnia albanesa, e expulsou as forças sérvias. O Kosovo proclamou a independência em 2008, que a Sérvia não reconhece.
Belgrado ainda considera o Kosovo como a sua província e tem uma grande influência sobre a minoria étnica sérvia que ali vive.