Sherri Carpineto tem experiência suficiente de trabalho na América corporativa para saber que encontrar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional pode parecer impossível.
Carpineto, 48 anos, é atualmente diretor sênior de operações de uma empresa de saúde e mora em Boston. Ao longo de sua carreira de mais de 20 anos, ela aprendeu que é importante para ela ter limites rígidos em relação às folgas remuneradas.
Há dois anos, quando lhe ofereceram um cargo de vice-presidente em uma empresa de saúde que oferecia 10 dias de PTO – incluindo férias e licença médica – ela sabia que mesmo o aumento salarial de 25% não compensaria a flexibilidade perdida.
Carpineto já estava em um emprego de que gostava quando um recrutador a procurou para uma entrevista para um cargo operacional de alto nível em uma nova empresa. Ela ficou curiosa e aceitou o convite.
No entanto, Carpineto percebeu quando a CEO disse durante uma entrevista que ela tinha dificuldades para conciliar trabalho e vida pessoal e que as políticas da empresa não ajudavam muito. “Não se tratava especificamente do PTO, mas faz parte dele”, diz Carpineto.
Olhando para trás, Carpineto diz que deveria ter prestado atenção à bandeira vermelha, mas continuou com as entrevistas e acabou conseguindo uma oferta.
Rejeitando uma oferta de emprego por PTO
Carpineto admite que o salário oferecido foi “generoso” e representaria um aumento de cerca de 25% em relação ao emprego anterior. Mas, ao analisar os benefícios, ela tomou conhecimento da política do PTO de 10 dias, “e isso simplesmente não funcionaria para mim”.
Administrar o tempo de folga durante o ano letivo para seus dois filhos, agora com 12 e 15 anos, poderia facilmente ocupar todos os dias de folga remunerados, pensou ela. E isso não deixaria margem de manobra para doenças inesperadas ou outras necessidades de folga.
“Para mim, como mãe de dois meninos, poder ter aquela flexibilidade de mais de 10 dias de folga durante um ano inteiro foi importante para mim e minha família naquele momento”, diz ela.
Carpineto conta que na época também cuidava da mãe doente.
(Folga remunerada) abre um precedente para o que a empresa valoriza e o que ela valoriza para seus funcionários
Carpineto diz que tentou negociar dias de folga mais remunerados – ela estava acostumada a um mínimo de 15 dias por ano em empregos anteriores. Ela até tentou negociar seu contrato para incluir um subsídio de uma a duas semanas de folga não remunerada, se necessário, o que a empresa também recusou. Além do mais, Carpineto lembra que o recrutador pediu que ela tomasse uma decisão em um dia, o que foi rápido demais para seu conforto.
A possibilidade de um grande aumento salarial tornou a decisão muito mais difícil, mas Carpineto acabou recusando a oferta. Ela diz o a discussão sobre o PTO provavelmente foi um sinal de que ela e a nova empresa não se encaixavam bem.
Carpineto vê a conversa sobre o PTO como algo maior do que alguns dias extras de férias: “Isso abre um precedente para o que a empresa valoriza e o que eles valorizam para seus funcionários. Saber que eles confiam em você e oferecem essa flexibilidade é o tipo de ambiente que eu quero trabalhar neste momento da minha carreira.”
Além disso, ela temia que a falta de flexibilidade da empresa limitasse suas habilidades como gestora de pessoas. “Sou uma pessoa de alta produção e espero bons resultados de quem trabalha para mim”, diz ela. “Mas também estou na opinião de que o trabalho não deve tirar o tempo da família. Portanto, trabalhar nesse ambiente como gerente não é algo que me interesse.”
Deixando claro as prioridades
Carpineto diz que estava em uma posição privilegiada por poder recusar o emprego sem sofrer dificuldades financeiras. Embora os trabalhadores desempregados ou aqueles que precisam de um emprego melhor possam não ter tanta influência para dizer não, ela incentiva os candidatos a emprego a certificarem-se de que têm clareza sobre o que precisam de uma função.
“Se é uma prioridade, peça ()”, diz Carpineto. “Se você não perguntar, você não entende.”
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