TORONTO – A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, anunciou no domingo que está endossando o ex-banqueiro central Mark Carney para ser o próximo líder liberal e o novo primeiro-ministro do Canadá.

Joly disse que acredita Carney está em melhor posição para derrotar o líder conservador da oposição Pierre Poilievre nas próximas eleições gerais e é o melhor candidato para lidar com a ameaça do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas abrangentes no Canadá.

Carney ajudou o Canadá a evitar o pior da crise de 2008 enquanto chefiava o banco central do país. Ele também ajudou o Reino Unido a gerir os efeitos posteriores do Brexit durante o seu mandato de 7 anos como governador do Banco de Inglaterra.

“Mark traz uma experiência econômica incomparável”, disse Joly em comunicado. “Em tempos de crise, governos de todos os matizes recorrem a Mark, incluindo a crise financeira de 2008 e o Brexit.”

O endosso de Joly ocorre no momento em que a ex-ministra das finanças, Chrystia Freeland, inicia sua campanha no domingo para substituir Justin Trudeauque permanece como primeiro-ministro até que um novo líder do Partido Liberal seja escolhido em 9 de março.

Os principais candidatos à liderança do Partido Liberal são Carney e Freeland, cujos demissão abrupta no mês passado forçou a saída de Trudeau. Os membros do Partido Liberal elegerão o novo líder.

A própria Joly foi considerada uma candidata à liderança, mas decidiu não concorrer para ajudar o governo a lidar com a ameaça tarifária de Trump. O apoio dela a Carney lhe dá um impulso em Quebec, de onde Joly é natural.

Freeland anunciou a sua demissão do Gabinete de Trudeau em 16 de dezembro, criticando algumas das prioridades económicas de Trudeau face às ameaças tarifárias de Trump. A medida surpreendeu o país e levantou questões sobre quanto tempo mais o cada vez mais impopular Trudeau poderia permanecer no cargo.

O próximo líder liberal poderá ser o primeiro-ministro com o mandato mais curto da história do país. Os três partidos da oposição prometeram derrubar o governo minoritário dos Liberais num voto de desconfiança depois da retomada do parlamento, em 24 de Março. Espera-se uma eleição nesta Primavera.

Trudeau anunciou sua renúncia em 6 de janeiro, depois de perder apoio tanto dentro de seu partido quanto no país.

A convulsão política ocorre num momento difícil para o Canadá. Trump continua chamando o Canadá de 51º estado e ameaçou impor 25% tarifas em todos os canadenses bens.

Trudeau disse a Freeland no mês passado que não queria mais que ela atuasse como ministra das finanças, mas que ela poderia continuar a ser vice-primeira-ministra e a pessoa responsável pelas relações EUA-Canadá.

Freeland renunciou pouco depois e divulgou uma carta contundente sobre o governo que provou ser a gota d’água para o líder em apuros.

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