MOGADÍSCIO, Somália — A região separatista da Somália, Somalilândia, empossou na quinta-feira o seu novo presidente, após as eleições do mês passado, que deu um impulso ao impulso da região para o reconhecimento internacional. A cerimônia aconteceu um dia depois da Somália e da Etiópia concordou na Turquia em realizar “conversações técnicas” devido a uma disputa desencadeada por um acordo feito pela Somalilândia com a Etiópia.
Abdirahman Mohamed Abdullahi, líder da região ex-líder da oposição eleito na votação de novembrotornou-se o sexto presidente da Somalilândia, substituindo Muse Bihi Abdi numa cerimónia de inauguração na capital da região, Hargeisa.
No seu discurso inaugural, Abdullahi comprometeu-se a fortalecer a política externa e a intensificar os esforços para obter reconhecimento internacional para a Somalilândia, citando um “argumento jurídico válido” para a sua soberania.
A Somalilândia separou-se da Somália há mais de 30 anos, mas não é reconhecida pela União Africana, pelas Nações Unidas ou por qualquer outro país como um Estado independente. A Somália ainda considera a Somalilândia parte do seu território.
Ao longo dos anos, a Somalilândia tem sido elogiada pelo seu ambiente político estável, contrastando fortemente com as contínuas lutas da Somália contra a insegurança no meio de ataques mortais de grupo militante ligado à Al Qaeda al-Shabab. Desde 1991, mantém as suas próprias estruturas governamentais, monetárias e de segurança.
A sua busca por reconhecimento levou a Somalilândia a assinar um memorando de entendimento com a vizinha Etiópia em Janeiro para arrendar terras ao longo da sua costa para estabelecer uma base de forças marítimas. Em troca, a Etiópia reconheceria a independência da Somalilândia, que a Somália afirma violar a sua soberania e território.
O acordo e as suas implicações foram uma questão controversa durante a campanha eleitoral da Somalilândia, com Abdullahi criticando o acordo pelo que disse ser uma falta de transparência. Ele fez campanha com a promessa de rever esses acordos para garantir que se alinhem com os interesses estratégicos da Somalilândia e com os objectivos mais amplos de reconhecimento.
Abdullahi, 69 anos, do partido de oposição Waddani, obteve mais de 50% dos votos nas eleições presidenciais de 13 de novembro, derrotando Bihi, que buscava um segundo mandato após sete anos no cargo. A comissão eleitoral confirmou os resultados, destacando a elevada participação eleitoral e o processo pacífico como testemunho da resiliência democrática da Somalilândia.
Na posse de quinta-feira, o Embaixador dos EUA na Somália, Richard H. Riley, felicitou a Somalilândia pela eleição e incentivou a colaboração com a nova administração.
“O povo da Somalilândia deu um exemplo de democracia não só para esta região, mas para África e para o mundo. Estamos orgulhosos de ser seus amigos e parceiros para o futuro”, disse ele.
A administração de Abdullahi enfrenta agora o duplo desafio de lidar com questões internas, como os combates na região de Sool, na Somalilândia, ao mesmo tempo que avança o caso da Somalilândia para o reconhecimento internacional e reavalia os seus acordos regionais, incluindo o acordo com a Etiópia.