PARACHINAR, Paquistão – As forças de segurança paquistanesas lançaram uma operação contra militantes num agitado distrito do noroeste, na fronteira com o Afeganistão, disseram autoridades na segunda-feira, após uma onda de ataques e conflitos sectários. É a primeira operação em grande escala na área nos últimos anos.
O último ataque em Kurram, na província de Khyber Pakhtunkhwa, ocorreu na sexta-feira, quando homens armados não identificados emboscaram e queimaram caminhões de ajuda humanitária, matando dois seguranças e pelo menos cinco motoristas.
O distrito está isolado do resto do país desde novembro, depois que as autoridades bloquearam estradas após confrontos entre tribos xiitas e sunitas fortemente armadas. Na altura, homens armados emboscaram um comboio de veículos que transportava passageiros, matando 52 pessoas, a maioria xiitas. Ataques de retaliação deixaram mais de 70 mortos.
Desde então, centenas de milhares de residentes enfrentaram uma escassez de alimentos e medicamentos e as organizações humanitárias não conseguiram entrar na área.
O advogado Saif Ali, porta-voz do governo provincial, disse que a operação se tornou “inevitável” após o aumento da violência. Ele também disse que as autoridades estão transferindo alguns residentes para campos de abrigo governamentais temporários, enquanto a operação está em andamento em diversas áreas, incluindo a cidade de Bagan, de onde foi relatada a maior parte da violência.
Motasim Billah, um administrador governamental, disse que o objetivo da operação é restaurar totalmente a paz e garantir a autoridade do governo.
Os muçulmanos xiitas dominam partes de Kurram, embora sejam uma minoria no resto do Paquistão, que é de maioria sunita. A área tem um histórico de conflitos sectários, com grupos militantes sunitas que anteriormente tinham como alvo a minoria xiita.
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O redator da Associated Press, Riaz Khan, em Peshawar, Paquistão, contribuiu para este relatório.