O esforço da China pela independência do chip continua com seu primeiro CPU do servidor RISC-V

Rivai Technologies lançou o Lingyu CPUO primeiro processador de servidor RISC-V de alto desempenho projetado no mercado interno da China. A inauguração ocorreu em Shenzhen, refletindo o impulso contínuo do país por maior auto-suficiência no desenvolvimento de semicondutores.
A CPU Lingyu adota uma abordagem de arquitetura dupla e de um núcleo, integrando 32 núcleos de computação de uso geral (CPU) ao lado de oito núcleos de computação inteligente especializados (LPU). A configuração lida com eficiência de tarefas, como a inferência por modelos de linguagem de grande fonte aberta. A arquitetura visa equilibrar o poder de processamento e a eficiência energética, reduzindo assim o custo total de propriedade (TCO).
A Rivai Technologies foi fundada por Zhangxi Tan, que estudou com o professor David Patterson, um pioneiro do RISC-V e o ganhador do Turing Award de 2017. O professor Patterson continua a servir como consultor técnico de Rivai, promovendo a adoção do RISC-V na China.
Diz-se também que a empresa fez parceria com mais de 50 empresas, incluindo a Lenovo e a SenseTime, para promover a adoção e o desenvolvimento do ecossistema para seu processador RISC-V. Espera-se que essas colaborações apoiem a implantação da CPU Lingyu em vários setores e incentivem novos avanços nas soluções de computação baseadas em RISC-V.
O anúncio de Rivai ocorre em meio a esforços mais amplos na China para se afastar da confiança nos processadores X86 e ARM, promovendo a adoção de chips RISC-V. O governo chinês está impulsionando essa iniciativa, incentivando instituições de pesquisa, fabricantes de chips e empresas a investir no desenvolvimento de RISC-V.
Diferentemente das arquiteturas proprietárias controladas pelas empresas ocidentais, o RISC-V é um conjunto de instruções de código aberto que permite que as empresas chinesas projete e fabricem processadores sem restrições externas. O esforço para a adoção do RISC-V vem em resposta a tensões e sanções comerciais em andamento que limitaram o acesso da China a chips avançados de fabricação estrangeira.
Para acelerar essa transição, o governo chinês fornece apoio, financiamento e incentivos para empresas que trabalham na tecnologia RISC-V. As principais empresas domésticas de tecnologia, incluindo Alibaba e Tencent, já começaram a desenvolver soluções baseadas em RISC-V, enquanto as instituições de pesquisa apoiadas pelo estado estão trabalhando na otimização de software para a arquitetura.
Essa mudança poderia ajudar a China a construir uma indústria de semicondutores mais auto-suficientes, reduzindo sua dependência das tecnologias ocidentais. No entanto, permanecem desafios, incluindo compatibilidade de software e desenvolvimento de ecossistemas, que determinarão a viabilidade a longo prazo do RISC-V como uma alternativa convencional aos processadores X86 e ARM.