Taipei: Taiwan está a intensificar esforços para rastrear e tratar a hepatite C entre grupos de alto risco, incluindo prisioneiros, consumidores de drogas e indivíduos com doenças crónicas, numa tentativa de eliminar o vírus até ao próximo ano, cinco anos antes da meta da OMS para 2030. O Ministro da Saúde e Bem-Estar, Chiu Tai-yuan, anunciou ontem, informou o Taipei Times.
A nação alcançou progressos significativos no controlo das infecções por hepatite, graças ao programa universal de vacinação contra a hepatite B lançado em 1984, disse Chiu.
Desde 1986, todos os recém-nascidos foram vacinados contra a hepatite B. “Com base na experiência bem sucedida no controlo da hepatite B, o governo está confiante em receber a certificação de nível ouro na eliminação da hepatite C”, acrescentou.
Para abordar os indicadores de baixo desempenho, o governo planeia “ir até ao último quilómetro”, melhorando os esforços de rastreio e tratamento, especialmente entre consumidores de drogas, indivíduos encarcerados e pacientes com doenças crónicas, como diabetes e problemas renais.
Estas medidas visam melhorar a eficácia dos tratamentos de doenças crónicas através de uma melhor gestão da hepatite C, disse Chiu.
O Diretor-Geral da Administração de Promoção da Saúde (HPA), Wu Chao-chun, observou que Taiwan já cumpriu várias metas de eliminação da hepatite C da OMS. Em Junho, a taxa de diagnóstico de pacientes com hepatite C no país atingiu 90,6 por cento, com uma taxa de cura superior a 95 por cento, informou o Taipei Times.
“Os padrões de segurança nas transfusões de sangue e nas injeções também foram alcançados”, disse Wu.
Entre os usuários de drogas, o uso médio de agulhas estéreis e seguras atingiu 292 por pessoa por ano, aproximando-se da referência de 300 da OMS. Wu enfatizou que alcançar este marco aproxima Taiwan de obter a certificação de nível ouro no próximo ano.
Os riscos de reinfecção entre consumidores de drogas e prisioneiros têm sido um desafio, disse Wu. Para resolver esta questão, estes grupos estão isentos da limitação de um único rastreio da hepatite C financiado pelo Estado e recebem monitorização a longo prazo.
Enquanto isso, o médico assistente de gastroenterologia do Linkou Chang Gung Memorial Hospital, Chien Rong-nan, destacou a importância do consentimento informado para exames de hepatite C para defender os direitos humanos, informou o Taipei Times.
Contudo, observou Chien, “a maioria dos consumidores de drogas não gosta de fazer análises ao sangue, o que leva a taxas de diagnóstico de hepatite C tão baixas como 40 a 50 por cento nas prisões”.
Para ultrapassar este problema, a HPA introduziu uma abordagem de testes rápidos em casa, semelhante aos testes de glicemia, para incentivar os rastreios nas prisões. Esta inovação visa aumentar a participação e as taxas de diagnóstico entre indivíduos relutantes, disse Chien.
Com estas medidas, Taiwan está optimista em alcançar a sua ambiciosa meta de eliminação da hepatite C até 2025, demonstrando o seu compromisso com a saúde pública e estabelecendo um padrão global no combate à doença. (ANI)