Mumbai: A hipertensão, muitas vezes denominada “assassina silenciosa” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), emergiu como um desafio crítico de saúde pública em todo o mundo. Com o seu início insidioso e forte associação com doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais e complicações renais, a hipertensão representa um fardo substancial. Um estudo transversal realizado num importante instituto médico de cuidados terciários em Mumbai lança luz sobre a alarmante prevalência de hipertensão entre jovens estudantes do MBBS e destaca insights acionáveis ​​para intervenção.

Principais destaques do estudo
A pesquisa, liderada por Aditya Saran, estudante do 3º ano do MBBS na HBT Medical College e Dr. RN Cooper Municipal General Hospital, Mumbai, teve como alvo 250 estudantes do MBBS com idades entre 18 e 24 anos. Objetivou estimar a prevalência de hipertensão, identificar fatores de risco associados e propor estratégias para detecção precoce e prevenção. As descobertas são reveladoras, com implicações significativas para a educação médica e a saúde pública.

Prevalência e Demografia:
Prevalência de Hipertensão: O estudo revelou que 25,2 por cento dos estudantes eram hipertensos (> 140/90 mm de Hg), sendo 22 por cento classificados como Estágio I (> 140/90 mm de Hg) e 3,2 por cento como Estágio II (> 160 /100 mm de Hg) hipertensão. De forma alarmante, 53,6% dos indivíduos hipertensos desconheciam a sua condição.

Pré-hipertensão: Outros 32,4% dos estudantes apresentaram níveis de pressão arterial pré-hipertensos (>120/80 mm Hg), indicando uma população de alto risco que requer monitoramento rigoroso.

Disparidade de género: A hipertensão foi mais prevalente entre os estudantes do sexo masculino (36,8 por cento) em comparação com as mulheres (0,1 por cento).
Fatores de risco e associações: O estudo destacou diversas correlações estatisticamente significativas com a hipertensão, ressaltando a complexa interação entre estilo de vida, genética e fatores ambientais.

Estilo de vida e hábitos alimentares:
Vícios: O uso de álcool e tabaco foi relatado por 34,4% dos participantes. Esses hábitos aumentaram significativamente as chances de hipertensão.

Dieta: O consumo frequente de fast food emergiu como um fator de risco crítico. Os estudantes que consumiam fast food mais de três vezes por semana eram significativamente mais propensos a desenvolver hipertensão.

Obesidade e Composição Corporal:
Obesidade Abdominal: Quase metade (47,6%) dos participantes apresentava obesidade abdominal, um forte preditor de hipertensão.

Índice de Massa Corporal (IMC): Embora 20% dos participantes estivessem com sobrepeso e 1,6% fossem obesos, o estudo não encontrou uma correlação direta entre o IMC e a hipertensão.

História Familiar e Estresse:
Predisposição genética: História familiar de hipertensão foi relatada por 46,8% dos participantes, enfatizando a importância do rastreamento precoce em populações de risco.

Pressão Acadêmica: A natureza exigente da educação médica, caracterizada por longas horas, sono insuficiente e alto estresse, provavelmente agrava o risco.

Análise Comparativa:
Esta pesquisa alinha-se com estudos semelhantes em toda a Índia, ao mesmo tempo que fornece um foco único na Índia Ocidental, uma região anteriormente sub-representada na investigação sobre hipertensão entre estudantes de medicina. Comparações com estudos de Karnataka, Bengala Ocidental e Uttar Pradesh destacam variações regionais na prevalência da hipertensão e nos fatores de risco. Por exemplo, a prevalência de pré-hipertensão (32,4%) neste estudo é consistente com os resultados de Reshi et al. (33,3%) em Karnataka.

No entanto, as taxas mais elevadas de hipertensão nos estágios I e II sugerem uma tendência crescente, potencialmente ligada a mudanças no estilo de vida e ao estresse acadêmico.

Implicações clínicas e de saúde pública:
Este estudo sublinha a necessidade urgente de intervenções específicas para combater a hipertensão entre adultos jovens, particularmente em ambientes de elevado stress, como faculdades de medicina.

Intervenções propostas:
1. Rastreio Regular: A monitorização rotineira da pressão arterial a partir dos 18 anos pode facilitar a detecção precoce e a intervenção atempada.
2. Modificações no estilo de vida: Iniciativas para promover a alimentação saudável, a actividade física e a gestão do stress devem ser integradas nos currículos médicos.
3. Campanhas de Conscientização: Os programas educacionais podem capacitar os alunos a reconhecer os primeiros sintomas e a adotar medidas preventivas.

Conclusão:
Os resultados deste estudo revelam uma alta prevalência de hipertensão e pré-hipertensão entre jovens estudantes do MBBS em Mumbai, impulsionada por fatores de risco modificáveis, como dieta, obesidade e hábitos de vida. Ao enfrentar estes desafios através de intervenções específicas e estratégias de saúde pública, podemos mitigar o impacto a longo prazo da hipertensão nesta população vulnerável.
Como futuros prestadores de cuidados de saúde, os alunos do MBBS devem priorizar a sua própria saúde para servir de modelo para os seus pacientes. Esta pesquisa serve como um apelo à ação para educadores, legisladores e profissionais de saúde para criarem ambientes de apoio que promovam a excelência acadêmica e o bem-estar holístico.

Este artigo foi escrito por Aditya Bhakta Saran, estudante do 3º ano do MBBS, Hinduhridaysamrat Balasaheb Thackeray Medical College e Dr.

(AVISO LEGAL: As opiniões expressas são exclusivamente do autor e ETHealthworld.com não as subscreve necessariamente. ETHealthworld.com não será responsável por qualquer dano causado a qualquer pessoa/organização, direta ou indiretamente)

  • Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 19h17 IST

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