Durante uma recente viagem a Portugal, descobri o Museu Rafael Bordalo Pinheiro. Segundo o seu site, é “o museu mais divertido de Lisboa”—e eu concordo!
Polímata do século XIX, Pinheiro foi escritor, cartunista, empreendedor, ceramista e comentarista político. Ele me impressionou como uma mistura dos talentos e personalidades de Mark Twain, Thomas Nast, Diego Rivera e Ernie Kovaks, todos em um só.
Este pequeno e divertido museu exibe de forma inteligente a história da vida e carreira de Pinhiero com uma coleção de desenhos, pinturas, fotografias, cerâmicas e potes, cartuns políticos e designs de produtos. Há tiras de jornal onde ele se transforma em seu próprio lápis, personagens de cartuns políticos recriados como figuras tridimensionais e bules de cerâmica, designs de embalagens para biscoitos em forma de “animal cracker” representando políticos rivais, e muitas versões de seu personagem político mais famoso, Zé Povinho, um pobre camponês português, simbolizando o “homem comum” oprimido de Portugal.
Rafael Bordalo Pinheiro nasceu em 21 de março de 1846, em Lisboa, e cresceu em uma família de artistas, o que influenciou grandemente sua carreira multifacetada. Seu pai, Manuel Maria Bordalo Pinheiro, era um renomado pintor e professor de belas artes, e seu irmão, Columbano Bordalo Pinheiro, também se destacou como pintor.
Ao longo de sua carreira, Pinheiro fundou várias publicações satíricas, como “A Lanterna Mágica” e “O António Maria”, onde suas críticas afiadas à sociedade e política da época ganharam destaque. Suas caricaturas e desenhos humorísticos eram conhecidas por sua ousadia e capacidade de capturar a essência de seus alvos de maneira perspicaz e engraçada.
Pinheiro também foi um inovador no campo da cerâmica, criando peças que se tornaram icônicas, como os célebres azulejos de Bordalo Pinheiro. Sua habilidade em combinar humor e arte em suas criações cerâmicas o tornou uma figura única e reverenciada na cultura portuguesa.
O museu dedicado a ele não só celebra sua obra, mas também oferece uma visão fascinante da sociedade portuguesa do século XIX através de seus olhos críticos e humorísticos. As exposições interativas e bem-curadas garantem que os visitantes não só aprendam sobre a vida e obra de Pinheiro, mas também se divirtam no processo.
Rafael Bordalo Pinheiro faleceu em 23 de janeiro de 1905, mas seu legado continua vivo, inspirando novas gerações de artistas e críticos sociais. Seu trabalho é um testemunho do poder do humor e da arte como ferramentas de comentário social e resistência política. O Museu Rafael Bordalo Pinheiro é, sem dúvida, uma parada obrigatória para quem deseja entender mais sobre a rica tapeçaria cultural de Portugal e o impacto duradouro de um de seus maiores talentos.
Visitar este museu é mais do que uma simples viagem ao passado; é uma imersão na mente brilhante de um dos mais importantes artistas e críticos sociais de Portugal. Então, se você estiver em Lisboa, não deixe de conhecer este tesouro cultural.
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