CARACAS, Venezuela – O Canadá impôs sanções econômicas na terça-feira em cinco autoridades venezuelanasincluindo o chefe do tribunal superior do país, acusando-os de envolvimento em fraude eleitoral durante o disputada eleição presidencial de julho.

Tanto o atual presidente da Venezuela Nicolás Maduro e a oposição política – com o seu candidato Edmundo González, que está agora exilado em Espanha, e a sua líder Maria Corina Machado, que está escondida na Venezuela – afirmam ter vencido a votação de 28 de Julho.

O anúncio de terça-feira da ministra canadense das Relações Exteriores, Mélanie Joly, marcou a quarta vez que o Canadá sancionou indivíduos ligados ao governo de Maduro.

O governo de Maduro denunciou rapidamente as sanções como “medidas extorsivas” e “uma tentativa fracassada de pressionar a Venezuela”.

O desenvolvimento ocorre menos de um mês antes do início do próximo mandato presidencial da Venezuela.

A medida do Canadá procura adicionar pressão sobre as autoridades de facto da Venezuela “respeitar a vontade do povo venezuelano”, segundo o comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

“As sanções também visam dissuadir as autoridades de tomarem novas acções que violem os direitos humanos de manifestantes, jornalistas, líderes da oposição e outros membros da sociedade civil”, afirmou o ministério.

Além de Caryslia Rodríguez, presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, entre os sancionados estão dois juízes, um procurador e um membro do órgão eleitoral do país.

A prolongada crise política da Venezuela aprofundou-se após as tão aguardadas eleições presidenciais. O Conselho Nacional Eleitoral do país, repleto de partidários de Maduro, declarou-o vencedor horas após o encerramento das urnas.

Contudo, ao contrário das eleições presidenciais anteriores, as autoridades eleitorais não forneceram contagens detalhadas dos votos.

Enquanto isso, a oposição, liderada por Machado, coletou editais de 80% das urnas eletrônicas do país, postou-as online e disse que os registros de votação mostravam que o candidato da facção, González, havia vencido a eleição com o dobro de votos que Maduro.

A condenação global pela falta de transparência levou Maduro a pedir ao tribunal superior da Venezuela, também repleto de partidários leais ao partido no poder e liderado por Rodríguez, que auditasse os resultados.

O tribunal posteriormente reafirmou sua vitória.

“As sanções de hoje transmitem uma mensagem clara: o Canadá não ficará parado enquanto o regime de Maduro continua a ignorar a vontade democrática do povo venezuelano”, disse Joly. “É necessária uma solução pacífica, negociada e liderada pela Venezuela para resolver esta crise.”