SEUL, COREIA DO SUL – 07 DE NOVEMBRO: O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol participa de uma coletiva de imprensa sobre assuntos de estado no gabinete presidencial em 7 de novembro de 2024.

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O sitiado presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, sobreviveu no sábado a uma moção de impeachment desencadeada por sua tentativa fracassada de impor a lei marcial no início desta semana, depois que seu partido no poder boicotou a votação, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

A moção, apresentada por políticos da oposição, incluindo o principal Partido Democrata, precisava do apoio de dois terços dos 300 membros da Assembleia Nacional da Coreia do Sul para ser aprovada. Os legisladores aliados abandonaram a votação antes da votação no sábado, tornando impossível atingir o quórum necessário para a votação do impeachment.

Membros da oposição já disseram que revisariam a medida de impeachment na quarta-feira, caso ela falhasse na primeira vez.

Se fosse bem-sucedida, a moção teria retirado Yoon de sua autoridade presidencial com efeito imediato. Uma eleição presidencial teria de ser realizada dentro de 60 dias se o titular fosse demitido ou renunciasse.

Um segundo projeto de investigação do conselho especial contra a primeira-dama Kim Keon Hee, que foi recentemente acusada de exercer influência inadequada, não foi aprovado na votação de sábado, informou a Reuters.

A Coreia do Sul não é estranha a tais processos, com dois chefes de Estado anteriormente acusados ​​desde a viragem do século: Roh Moo-hyun em 2004 e Park Geun-hye em 2016.

Lei marcial

Yoon, que conquistou o poder em um corrida presidencial pescoço a pescoço em 2022, teve taxa de aprovação de apenas 19% antes de invocar inesperadamente a lei marcial no início desta semana, pela primeira vez desde o golpe militar de 1979.

Ele citou a necessidade de “proteger a ordem constitucional baseada na liberdade e erradicar os vergonhosos grupos anti-estatais pró-Coreia do Norte, que estão roubando a liberdade e a felicidade do nosso povo”. de acordo com reportagem da NBC News.

Com 190 membros presentes e manifestantes nas ruas, o parlamento do país aprovou uma resolução para levantar a lei marcial – enquanto a chicotada política se espalhava pelos mercados da quarta maior economia da Ásia. Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul disse estava pronto para mobilizar um total combinado de 50 biliões de won (35,22 mil milhões de dólares) em fundos para estabilizar os mercados nacionais de ações e obrigações, se necessário, no meio da volatilidade.

Falando no programa “Street Signs Asia” da CNBC na sexta-feira, Adarsh ​​Sinha, codiretor de taxas asiáticas e estratégia cambial da BofA Securities, alertou que o won coreano poderia sofrer “grandes movimentos” após a votação do fim de semana, mas enfatizou que a moeda também estava em baixa. pressão por razões fundamentais, tais como a probabilidade de o Banco da Coreia reduzir as taxas.

“Acho que, em geral, nossa visão em relação ao won coreano, não por razões políticas, é pessimista”, disse ele.

Segunda tentativa

Rememorando o passado de regime militar da Coreia do Sul, o breve fiasco da lei marcial paralisou a política interna e gerou preocupações internacionais sobre uma das democracias mais fortes da Ásia.

Han Dong-hoon, líder do Partido do Poder Popular, no poder, pediu a suspensão de Yoon das suas funções, indicando preocupações de que o presidente possa mais uma vez tomar uma ação “radical”, como reimpor a lei marcial, de acordo com Yonhap.

O recém-nomeado ministro interino da Defesa, Kim Seon-ho, que assumiu após seu antecessor Kim Yong-hyun renunciar na quinta-feira, disse ele não obedeceria a tais ordens.

No sábado, Yoon fez sua primeira aparição pública desde o incidente de terça-feira, prometendo que não haveria uma segunda tentativa de invocar a lei marcial.

“Lamento sinceramente e peço desculpas às pessoas que devem ter ficado muito surpresas”, disse Yoon em discurso público na televisão, segundo a Yonhap. “Não evitarei a responsabilidade legal e política relacionada com esta declaração de lei marcial”.