Um tribunal de Moscovo condenou um cidadão americano nascido na Rússia a 15 anos de prisão por acusações de espionagem, informaram agências de notícias russas.
O empresário Gene Spector, que já cumpria pena de três anos e meio, foi originalmente preso em 2020 sob acusação de suborno.
Ele também foi acusado de espionagem no ano passado. Devido à natureza confidencial do caso, ao relatório das agências e ao julgamento que decorre à porta fechada, os detalhes dos alegados crimes não foram divulgados publicamente.
A Rússia fez vários prisioneiros americanos de destaque nos últimos tempos – um dos quais, o jornalista Ivan Gershkovich, foi libertado no início deste ano como parte do maior acordo de troca entre os países em décadas.
O Departamento de Estado dos EUA ainda não comentou o caso de Spectre. A BBC entrou em contato para obter uma declaração.
A sentença de 15 anos de Spector seria cumprida em uma colônia penal de segurança máxima.
Isso inclui 13 anos para a nova sentença, mais o tempo que já cumpriu. Uma multa anterior de 14 milhões de rublos (US$ 140 mil; £ 112 mil) também foi mantida.
Na primeira acusação, Spector foi acusado de atuar como intermediário num caso de suborno de 2020 envolvendo um assessor do ex-vice-primeiro-ministro da Rússia. Ele confessou o crime.
Spector, cujo nome russo é Yevgeny Mironovich, nasceu em São Petersburgo em 1972 e estava novamente morando na cidade com sua família, informou a agência RIA Novosti.
Segundo outra agência de notícias Tass, em algum momento de sua vida ele se mudou para os EUA e adquiriu a cidadania. De volta à Rússia, ele chefiou a Medpolymerprom: um grupo de empresas que fabricava suprimentos médicos.
A notícia chega meses depois de uma histórica troca de prisioneiros.
Em Agosto, 24 pessoas estiveram envolvidas no intercâmbio entre a Rússia e alguns países ocidentais, incluindo os EUA e a Alemanha.
Entre eles estavam o cidadão americano Ivan Gershkovich – repórter do Wall Street Journal – e o ex-fuzileiro naval dos EUA Paul Whalen.
O comércio foi descrito como o maior intercâmbio entre a Rússia e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria.
As tensões entre os dois lados têm sido particularmente elevadas nos últimos anos, desde que a Rússia lançou uma invasão em grande escala da vizinha Ucrânia, em Fevereiro de 2022.